segunda-feira, 20 de abril de 2009

E por fim...

E por fim, em meio a passos intrépidos andarilhou pelo precipício da dor uma última vez, gritou com voz rouca e cansada para o vazio que teimava em não ouvi-lo. E se encheu de si mesmo, suava frio e seu coração ameaçava parar.
E por fim permaneceu ali na esperança insensata de uma última vez ter a chance de recomeçar, não do ponto onde parou mas de forma nova redigir outra peça para o teatro da vida que o sufocava.
E por fim lastimou ter tentado em vão, noites mal dormidas pensando, e apenas pensando, planos infalíveis que sempre teimavam em falhar no dia seguinte, maneiras de chamar a atenção de alguém que há muito olhava para o lado oposto ao seu.
E por fim praguejou o destino, insistente em dizer-lhe por infinitas coincidências que o fim da história não estava lá atrás, xingou um presente ausente e pigarreou.
E por fim, parou de vasculhar aqui e ali recados escondidos ou mensagens dissimuladas, não, elas nunca mais apareceriam.
E por fim se foi, chorando, sofrendo, mas se foi...