sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Eu vou tentar...

"
Vou só sem uma foto,
uma lembrança, uma canção
Te deixo de herança,
o som do velho violão
Acorde em Mi Maior
Pra você ter algo de mim
"
Eu Vou Tentar
Ira!
Composição: Rodrigo Koala

Há dias em que as músicas surgem... No rádio... Na internet... Em um CD esquecido... E do nada...

Enquanto escrevo deixo-a tocando ao fundo. Com certeza é uma bela melodia.

Já a interpretei de diversas formas, tudo depende do estado de espírito em que me encontro.
A princípio parece ser uma canção triste, fala de distância, abandono e partida... Mas seu refrão é de esperança... Fala de tentar mais uma vez, fazer sentir tudo como fosse a primeira vez...

Primeira vez... Algo tão importante e belo... Pena que as pessoas esquecem...
A espera do primeiro beijo... O beijo... O ligar no dia seguinte... O "será que ela gostou"... Estou sendo chiclete?... O próximo encontro... Abraço apertado... Te adoro... Pensei em ti... Chocolate... Flores... Desculpa, não devia ter brigado... Eu te amo...

Primeira vez...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pinta

Hoje, durante uma aula de medicina legal cujo tema específico era identificação de corpos, me peguei pensando na minha pinta, ou sinal como falávamos no Espírito Santo.
Certo, tenho várias espalhadas pelo corpo mas uma é a mais importante. Afinal, graças a ela pude diferenciar direita e esquerda. Quando criança bastava ohar o braço e descobrir o lado esquerdo onde a pinta fez pousada.
Ainda adulto é o sinal que me guia para diferenciar. Não preciso mais olhar o braço para saber me posicionar mas a imagem mental é inevitável.

Me pergunto se sou eu quem a carrego ou o contrário seria mais verdadeiro...

E qual a moral disso tudo? Vai saber... Não fui eu quem colocou o sinal ali...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Já faz tempo...

Não sabe ao certo como tudo começou... Se foi naquele primeiro olhar ou no sorriso que se seguiu como um alerta a despertar em seu coração a profunda vontade de permanecer ali mais um pouco...
Muito menos entende quando terminou... Nas palavras não ditas, nos atos impensados ou nos momentos de desespero da ausência, os quais o fizeram projetar de sua boca e de seus dedos frases e textos que deveriam ter ido em outra direção...

Já faz tempo...

Faz tempo que o tempo não o deixa dormir em paz... Que os sonhos não fazem acordar com um cheiro diferente na manhã desperta... Que em seu peito resta indelevelmente marcado o desejo... Desejo... Ainda se pergunta o que esperar... Um afago, um afeto, um valeu à pena e sigamos em frente... Talvez isso...

Já faz tempo...

Tempo em que fecha os olhos e ainda brilha em sua mente os traços marcantes do rosto que um dia ficou tão próximo ao seu... Dos lábios quentes a molhar sua boca... Dos abraços fortes e sinceros a lembrar da saudade... E a saudade... O contar os dias, as horas, os minutos... A semana que nunca passava...

Já faz tempo...

Que o tempo não para no meio da devoção religiosamente vivida dia após dia do mais verdadeiro amor... Amor... Amor...

É...

Já faz tempo...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Testamento

Aos meus inimigos deixo minha gratidão por terem me feito querer mais de mim mesmo.
Às pessoas que magoei minhas sinceras desculpas e lamento pelo tempo não voltar a ponto de ter feito as coisas de modo diferente.
Aos meus amigos o afeto por tantas horas de alegria que passamos juntos.
Aos meus primos um agradecimento por terem sido os irmãos que nunca tive.

À minha esposa meu coração...

Aos meus filhos...
Meu sorriso...
Meu abraço e paixão...
Minha eterna esperança de que vivam em um mundo melhor.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ainda assim...

E se eu não quiser mais?
Ainda terei seus abraços...
Se optar por não te ver?
Ainda poderei ouvir sua voz ao telefone...
Se eu não te atender?
Ainda sobrarão as cartas...
Se eu parar de responder?
Silêncio.
Se eu parar de responder?
Silêncio.
Se eu parar de responder?
Ainda... Te terei nos meus sonhos... Onde os beijos, os abraços, os telefonemas e as cartas nunca deixarão de ocorrer...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Mensagem para você...

"...muito das coisas que escrevo aqui fala sobre nada...
...mas quero que saiba que esse nada é muito mais do que muitas coisas..."

Frase do filme em que duas pessoas trocam mensagens no computador. É um filme com a Meg Ryan e o Tom Hanks e, prá falar a verdade, nunca o vi inteiro...

Esse pequeno texto é revelador...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sobre Policiais

Um dia chegará o tempo em que a paz finalmente triunfará. Todos aprenderão oferecer sua outra face e a Justiça será tão presente em nossas vidas que todos os princípios de discussão e litígios findarão com apertos de mão e abraços.
Quando isso ocorrer, não mais precisaremos de policiais... Em um museu qualquer uma criança curiosa irá perguntar:
- Que roupa é essa pai?
- É a farda de um policial meu filho...
- Policial?...
- Sim, homens que vestiam uniformes para defender outros.
- Como os super-heróis?
- Não... Homens de carne e osso, com qualidades e defeitos, famílias os esperando, com nomes à mostra em sua farda para serem identificados, que se feriam como qualquer um de nós...
- Eles não existem mais?
- Existem meu filho... Esta roupa está aí para lembrar a qualquer um que pense em cometer injustiças que sempre haverá homens dipostos a arriscar sua própria vida...
- Para que as leis sejam cumpridas?
- Não... Para que a Justiça prevaleça...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Tempos de guerra

Quando os justos forem perseguidos.
Os homens de paz ridicularizados.
A honestidade se tornar exceção.
E a esperança uma centelha esquecida no coração de poucos...

Sempre haverá os heróis.
Aqueles que não se limitarão a lamentar sua má sorte.
Se inquietarão por todos.
Serão perseguidos e mortos.
Mas a esperança será novamente uma fogueira a arder no coração da humanidade.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Uma Grande Lição

Este texto é de uma complexidade tão grande que talvez me faltem palavras para transmitir meus sentimentos...

Tudo aconteceu em um belo dia de verão quando eu estava em Conceição da Barra, na praia, com meus primos. Lembro, muito nitidamente, de Tia Silvia correndo em minha direção com os braços abertos e gritando: "Você passou! Você passou".
Havia emoção em sua voz e em seus olhos, foi um longo abraço. Corri para casa e todos me davam os parabéns por ter sido aprovado na Escola Técnica Federal, na época um ensino de muita qualidade e gratuito. Minha mãe também chorava... Não lembro da minha vó neste momento...

Isso ocorreu pelo meio da manhã. Um pouco depois eu passava pela cozinha e minha vó almoçava... Ela me olhou e me disse: "Vem cá meu filho, agora é minha vez". Chorava... Posso contar nos dedos as vezes que a vi derramar lágrimas nessa vida... E me abraçou... E continuou... "Não sei o que seria de você se não tivesse passado... Como sua mãe pagaria uma escola particular para você?". Era um pranto de desabafo muito mais que alegria...

Eu tinha 13 anos... Uma criança ainda... Os anos que se seguiram não foram fáceis e naquele exato instante minha vó me ensinou algo que guardo em meu coração até hoje...

Ainda me pergunto por quanto tempo ela guardava aquela preocupação dentro de si... O peso que seu Amor não me transmitiu até a hora certa...

Não culpo ninguém pela minha, em tese, falta de opção... Não... Minha mãe foi muito além do possível para garantir meus estudos e minha formação...

Me emociono quando lembro isso... E sempre me lembro quando algo me desafia...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

4 Estações

Primavera

Chegou na estação das flores. Tempo em que a vida é celebrada e os campos se enchem de esperança nas canções alegres dos pássaros que anunciam todos os frutos que estão por vir. Em seu coração também estava presente essa espera sem fim. Decidiu-se por seguir até aquela casa e não sair dali enquanto não fosse recebido.
Bateu palmas. Apertou a campainha. Telefonou... Nada... Da rua conseguia ver os movimentos lá dentro, também escutava vozes e, vez por outra, alguém surgia em uma janela... De onde estava, pensava ver acenos em sua direção... Se enchia de alegria e acenava de volta com uma vontade profunda de entrar...
Deixou cartas e bilhetes na caixa de correio... Todos os dias voltava ali...

Verão

O clima esquentou bem como as chamas em seu coração. Afinal depois de tanta luta e espera era hora de algo novo acontecer... Já conhecia o caminho como ninguém... As ruas, as casas... E, apesar do cansaço que começava a bater, ainda passaria algum tempo seguindo por ali... Não todos os dias como antes...

Outono

As folhas começaram a cair. Ele olhava à sua volta e nada lembrava o tempo em que ali chegou. Os cantos dos pássaro se foram e o frio começava a açoitar sua alma... Sua barba há tempo não via uma lâmina e seus olhos perderam o brilho que outrora se fizera tão presente... Sentou-se de longe... A vontade de ir até a casa era grande mas já lhe faltava coragem... As pernas doíam... Olhou as mãos e as levou de encontro ao rosto... Chorou... Uma luz se acendeu... Esperança... Levantou-se com dificuldade e foi, prometendo a si mesmo que seria a última vez... E bateu palmas... E tocou a campainha... E deixou uma carta... Virou-se disposto a ir embora... Mas deteve-se mais um pouco...

Inverno

O frio chegou com força nunca vista anteriormente. Tremia. Há dias permanecera ali estático... Estava cansado... Muito cansado... Pensou em escrever a última carta... Pegou uma caneta e uma folha... As palavras saíram de maneira fácil, como as lágrimas... Pronto... Terminou... Mas não a deixou na caixa de correio... Largou ali no chão... Levantou-se... E seguiu... Em outra direção... Ia embora sem esperança e essa foi a única mudança dentro do seu coração...