quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Digressões

Tenho me pego pensando sobre a diferença entre 3 ações, às vezes, muito próximas.
Gostar,
Se apaixonar e
Amar.

A gente gosta do jeito que a pessoa se comporta, do modo como ela se veste, das brincadeiras...

Nos paixonamos pelo cheiro, pelo gosto do beijo, pelo que ela fala e pensa, pelo sorriso, pelo olhar...

E amamos... Amamos estar do lado o dia inteiro, sonhar juntos, dividir problemas...

Diferenciar cada um desses estágios é tarefa difícil.

Somos traídos por nossos sentimentos. Amamos e nos apaixonamos. Gostamos e nos paixonamos. Nos apaixonamos sem amar...

Gostar,
Se apaixonar e
Amar.

Que chato seria a vida sem que alguém nos fizesse sentir um dos 3 sentimentos... Sem que eles se renovassem...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Wilber

Há muitos anos passava um desenho na TV, que vi repetidas vezes, cujo roteiro era mais ou menos o seguinte:

Uma cegonha atrapalhada entrega um filhote de leão a uma ovelha que não podia ter filhotes. O nome dele era Wilber. Logo virou motivo de chacota do bando. As ovelhinhas viviam rindo e aprontando com ele.
Wilber cresceu e se tornou um grande felino, no entanto agia como ovelha e morria de medo do coiote que costumava atacar o bando dele. Certa noite todos dormiam quando Wilber ouviu um uivo. Assustado se escondeu entre as outras ovelhas. O coiote veio e levou sua mãe... Ela gritava:
- WILBEEEEEEERRRR!!!
Ele tremia.
- WILBEEERRRRR!!!
Ele tremia.
- WILBEEEERRR!!!
Algo aconteceu então. Ao ver a mãe em perigo seu extinto falou mais alto e finalmente o rei das selvas apareceu no lugar daquele felino assustado que fora criado como ovelha. Seu rugido estremeceu todo o vale e, claro, salvou sua mãe enquanto pôs o coiote para correr.

Ando passando muito tempo ultimamente recordando de pequenos valores que aprendi na minha infância e adolescência por conta de desenhos, livros, músicas e outras coisas.

Este é um belo exemplo.

Quantas vezes somos tratados como ovelhas assustadas enquanto o coiote uiva ao nosso redor? Quantas vezes não defendemos um amigo? Quantas vezes deixamos de agir com justiça?

Todos temos um leão adormecido dentro de nós. Precisamos aprender a acordá-lo. Não para amedontrar, mas para espantar os coiotes...

domingo, 26 de outubro de 2008

Balão Mágico

Quem tem mais de 30 anos deve lembrar bem do balão mágico. Não havia CD nem DVD naquela época, mas as vitrolas eram mais que suficientes para tocar aqueles discos grandes de vinil (e ainda cabia um "teatrinho" girando que veio de brinde em um dos LPs do balão mágico) e encher de algria qualquer ambiente onde houvesse crianças.

Aos mais novos, recomendo que entrem no sítio abaixo e percebam a beleza dos textos que eram realmente feitos para crianças, com mensagens que traziam valores necessários para o crescimento delas.

Esta fala muito de amizade sem preconceitos.

http://www.youtube.com/watch?v=R4IUw7SZz8E&feature=related

Não é proibido

"Venha pra cá, venha comigo!
A hora é pra já, não é proibido.
Vou te contar: tá divertido,
Pode chegar!
...
Traz todo mundo, 'tá liberado, é só chegar.
Traz toda a gente, 'tá convidado, é pra dançar,
Toda tristeza deixa lá fora; chega pra cá!"
Marisa Monte

Não é proibido sorrir.
Não é proibido se apaixonar, ainda que todos os dias pela mesma pessoa.
Não é proibido se espreguiçar.
Não é proibido dançar, na chuva então é obrigatório.
Não é proibido banho quente.
Não é proibido muito café.
Não é proibido fim de semana na casa da vó.
Não é proibido abraço.
Não é proibido coçar o umbigo.
Não é proibido chorar, de felicidade.
Não é proibido gritar até ficar rouco.
Não é proibido acordar meio dia.
Não é proibido comer sorvete de chocolate com cobertura, de chocolate.
Não é proibido aumentar o som do rádio bem alto.
Não é proibido ficar de porre, desde que isso não se torne um vício.
Não é proibido dar bom dia pro sol.
Não é proibido ver a lua cheia nascer.
Não é proibido acordar de bom humor.
Não é proibido amar.
Não é proibido sonhar, principalmente e acima de tudo...


É isso! E fim!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sobre saber ser feliz

Ao longo dessa minha vida já me deparei com diversos tipos de pessoas.

Pessoas magoadas, machucadas.
Pessoas ranzinzas, negativas.
Pessoas assutadas, com medo de viver.

Mas não é dessas as quais quero me reportar. Vou falar sobre um tipo muito especial e raro de pessoa, aquelas que sabem ser felizes.

Esse tipo de pessoa contagia a gente. Sou capaz de ficar horas admirando a alegria que emana de dentro delas. É algo tão natural e maravilhosamente belo que enfeitiça a gente. São pessoas abençoadas.

Elas têm uma capacidade imensa de sorrir. E a vida, para elas, é coisa simples. O otimismo impera em seus corações.

E dançam. E riem. E falam de coisas boas. E nos tocam a alma.

Este texto é para elas então.

Pessoas que, às vezes, cruzam nossa vida em um único momento e nos marcam para sempre...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Senhor das Palavras

Um dia vou aprender a manipulá-las.
Vou juntar A com Z e F com G.
Construirei longos períodos.
Subordinados e Coordenados.
Sindéticos e Assindéticos.

Vou rimar Cisne com Tisne.
Flor com Ardor.
Amor com Calor.
E Lua com Mar.

Escreverei em verso e em prosa.
Narrativas e Dissertativas.
Poemas e Crônicas.

Farei o texto perfeito.
Aquele que mudará o mundo.
Senão o todo, ao menos o meu.

Utilizarei exclamações e interrogações.
Pontos e vírgulas.
Aspas e travessões.
E elas não poderão nunca faltar, as reticências...

Um dia serei como crianças construindo castelos de areia.
Vou juntar as palavras até que uma onda derrube tudo.
Quando isso acontecer... Não vou chorar.
Vou rir e agradecer a oportunidade de escrever...
Não ali...
Mas um pouco mais acima...
Distante do mar...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Quem não é o maior...

Sempre fui o menor da turma. Acostumei com os diversos apelidos direcionados aos baixinhos. Até gosto de alguns deles.

Uma certa professora de português, de cujo nome não me recordo, vivia me desafiando e dizendo: "Quem não é o maior tem que ser o melhor!"

Ser o melhor... Sina que me perseguiu por alguns anos na escola. Eu precisava ser o melhor, afinal não seria o maior. E me dedicava a isso.

Hoje eu olho para trás e vejo algum tempo perdido na busca pela excelência acadêmica. No entanto também enxergo diversas conquistas. A verdade é que não gosto de competições. Me comparar com os outros. Gosto de me superar, de provar meus limites, apenas os mentais, mas a idéia de que outro perde quando eu ganho nunca me agradou.

Por que estou escrevendo tudo isso?

Para me sentir melhor... Não o melhor... Apenas escrever algo que ocupe meu tempo.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Tia Julimar

Deveria ter escrito este texto ontem, peço desculpas por isso...

15 de outubro.

Com a licença da minha mãe, minha primeira professora e a quem devo o despertar da minha curiosidade pelas palavras, vou homenagear os professores falando da Tia Julimar.
Eu tinha apenas 5 anos de idade, cursava a primeira série do antigo primeiro grau. Era um aluno rebelde, bagunceiro. Não queriam me deixar na sala da minha mãe. Outras professoras tentavam me convencer a ir para a turma delas mas eu estava irredutível.
Até que a Tia Julimar apareceu. Na minha lembrança se perderam os traços do seu rosto, porém eu lembro que era linda. Sua voz, suave e paciente.

Essas lágrimas que enchem meus olhos são de gratidão...
Era uma escola pública onde a desmotivação imperava. Não na Tia Julimar. Sempre disposta a se doar por uma criança, na difícil arte de ensinar.

A você Tia Julimar meu mais sincero obrigado. Em todas minhas conquistas está presente aquela professora que um dia me olhou e decidiu lutar por mim...

Hoje vejo as pessoas com algum grau de importância serem chamadas de doutores. Até fazem questão disso. Ledo engano... Não há título mais belo que o de PROFESSOR.

A todos os professores um feliz dia dos professores, data infelizmente pouco festejada em um país sedento por educação, que jamais desanimem de semear o conhecimento.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sobre a Saudade

s. f.,
lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a ver ou a possuir;
pesar pela ausência de alguém que nos é querido;
nostalgia;


Muitas vezes me pego pensando em pessoas que caminharam ao meu lado em algum momento da minha vida. Amigos de infância, parentes que estão longe, pessoas que fizeram diferença e me transformaram em quem sou.
São músicas, cheiros, textos e coisas que me transportam até elas...

Saudade é isso. Se transportar. Reviver. Esperar. Que um dia, em um desses caminhos a gente volte a se encontrar só prá dizer: "Oi, que bom te ver por aqui. Estava com saudade!".

Ai Que Saudade D'Ocê
Alvarenga e Ranchinho
Composição: Indisponível

Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê

Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade de ocê

E se quiser recordar
Daquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caía no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê

Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê

Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade de ocê

E se quiser recordar
Daquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caía no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê


P.S.: Antes que me perguntem. Este texto não é sobre ninguém em especial, só sobre a saudade. Esse sentimento forte que a gente sente quando algo se foi...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sobre a Beleza

Certa vez minha mãe ganhou de um aluno um copo, uma taça na verdade. Era dessas que parecem cheias de bebida mas quando você vai ver não tem nada. Explico melhor. Ela possuía duas camadas de vidro e, entre elas, um líquido vermelho. Quem a olhava imaginava estar repleta de vinho mas não estava...
No auge dos meus 7 anos aquilo me despertou verdadeiro fascínio. Era de uma beleza exuberante. Eu não conseguia entender como algo parecia estar cheio sem o estar de fato. Eu precisava entender... E passei horas com a taça. A virava de ponta cabeça, a chacoalhava, olhei por todos os ângulos possíveis e, por fim, a quebrei...
E o líquido se foi. Só sobraram alguns cacos de vidro em minha mão. O que antes era tão belo se tornou algo comum e sem graça. Eu não podia consertá-la...
Me restou largar os cacos na mesa e ir lavar minhas mãos, vermelhas e sujas.

Me veio essa lembrança hoje enquanto dirigia até em casa.

Aprendi algumas lições desse fato. Algumas óbvias, outras nem tanto...