segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sobre a Beleza

Certa vez minha mãe ganhou de um aluno um copo, uma taça na verdade. Era dessas que parecem cheias de bebida mas quando você vai ver não tem nada. Explico melhor. Ela possuía duas camadas de vidro e, entre elas, um líquido vermelho. Quem a olhava imaginava estar repleta de vinho mas não estava...
No auge dos meus 7 anos aquilo me despertou verdadeiro fascínio. Era de uma beleza exuberante. Eu não conseguia entender como algo parecia estar cheio sem o estar de fato. Eu precisava entender... E passei horas com a taça. A virava de ponta cabeça, a chacoalhava, olhei por todos os ângulos possíveis e, por fim, a quebrei...
E o líquido se foi. Só sobraram alguns cacos de vidro em minha mão. O que antes era tão belo se tornou algo comum e sem graça. Eu não podia consertá-la...
Me restou largar os cacos na mesa e ir lavar minhas mãos, vermelhas e sujas.

Me veio essa lembrança hoje enquanto dirigia até em casa.

Aprendi algumas lições desse fato. Algumas óbvias, outras nem tanto...