domingo, 20 de julho de 2008

Cicatrizes

Há algum tempo li um texto que falava mais ou menos o seguinte:
"Um menino foi atacado por um crocodilo. Enquanto o réptil o agarrava por um abraço tentando levá-lo para o fundo do lago, sua mãe o puxava desesperadamente pelo outro lado. Foi uma luta difícil, mas ela o salvou. A imprensa logo soube do fato e várias pessoas vieram ver o menino. Pediam para que ele mostrasse as cicatrizes que o animal deixou no seu braço. Ele sorria e mostrava orgulhoso as marcas do outro braço:
- Estas são as marcars das unhas de minha mãe."

Cicatrizes...

Tenho algumas espalhadas pelo meu corpo. Uma no pé esquerdo que me lembra um filtro que caiu ali, outra na mão esquerda a me lembrar que não devemos mexer com cachorros dormindo... E por aí vão...
Essas são as físicas... As visíveis...

Outras são mais profundas... Marcaram minha alma...

Poderia passar horas falando das que me fizeram mal, mas, assim como o menino da história, opto por mostrar as que me fizeram bem...

Um abraço, um beijo e um adeus...
Lágrimas por ter reprovado seguidas da certeza de que isso não se repetiria...
A dor da ingratidão aliviada por uma desculpa sincera...

Cicatrizes...

Quem não as tem?

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A Cidade do Sol

"Com o passar do tempo, foi aos poucos se cansando desse exercício. Começou a achar cada vez mais exaustivas essas tentativas de evocar, de desenterrar, de ressuscitar mais uma vez o que há muito tinha morrido. Na verdade, anos mais tarde, chegaria o dia em que Laila não choraria mais por essa perda. Ao menos, não tanto; não tão constantemente. Chegaria o dia em que os detalhes daquele rosto começariam a escapar às garras da memória, em que o simples fato de ouvir uma mãe chamando o filho de Tariq pela rua não a deixaria inteiramente desnorteada. Não sentiria tanta falta dele como agora, quando a dor de sua ausência não a deixava em paz por um momento sequer - como a dor fantasma de um membro amputado."

A cidade do sol - Khaled Hosseini

sábado, 5 de julho de 2008

Almas Gêmeas

Já faz algum tempo que não escrevo... Nem sei se alguém passa por aqui ainda...

Esta semana me peguei pensando sobre almas gêmeas. Estas pessoas que de vez em quando cruzam nossas vidas e parece que tudo combina, o azul com o amarelo, o pranto com o sorriso, o sol com a chuva...

Acredito fielmente que as almas surgem de um sopro Divino. E este sopro, como o nosso a criar várias bolinhas de sabão de uma só vez, cria almas em um único instante... No mesmo expirar que sai do peito do Criador...

Estas almas se espalharam por aqui e por aí...

Dedico este texto às minhas almas gêmeas.
Aquelas que reconheci na primeira vez que vi e que permaneceram ao meu lado.
Aquelas que demorei a reconher.
Aquelas que passaram e não reconheci.
Aquelas que um dia hei de conhecer.
E, principalmente, aquelas que afastei de mim...

A estas últimas minhas desculpas... Que um dia, em outra vida, eu possa corrigir meu erro...